A ação humana inconsequente tem causado diversas instabilidades no ecossistema global.
Hoje, testemunhamos a poluição das fábricas que liberam gases prejudiciais, o descarte irregular de materiais recicláveis e as queimadas ilegais, entre outros hábitos que prejudicam a natureza, que há milênios serve de abrigo para todos os seres vivos.
Recentemente, um caso que ganhou grande destaque foi o das queimadas no Pantanal do Mato Grosso do Sul. A cidade de Corumbá, a 420 km da capital Campo Grande, enfrentou um sério problema com queimadas nas margens do Rio Paraguai.
Embora a responsabilidade pela preservação do Pantanal devesse ser prioritária para os governos estadual e federal, a resposta não foi rápida o suficiente para combater o incêndio inicialmente.
Segundo o Instituto Chico Mendes, durante o período de estiagem, aliado ao aumento das queimadas ilegais, estima-se que pelo menos 17 milhões de animais de várias espécies foram perdidos no bioma. Especialistas acreditam que alguns dos impactos das queimadas são irreversíveis e que determinadas espécies já em risco de extinção podem ter sido completamente dizimadas.
Estudos mais aprofundados são necessários para determinar quais espécies foram mais prejudicadas.
Tradicionalmente, nesta época do ano, proprietários de terras próximas à Bolívia e no território brasileiro realizam queimadas controladas. No entanto, essas queimadas muitas vezes saem do controle, pois é impossível prever para onde brasas ou fagulhas serão levadas pelo vento.
Além disso, há queimadas criminosas que visam apenas devastar áreas sem considerar as consequências ecológicas.
Durante este desastre ecológico, alguns moradores relataram que o fogo se aproximava há dias vindos da Bolívia. Aos poucos, as brasas atravessaram as margens do rio e tomaram conta dos pastos em Corumbá. Em situações como essa, muitos buscam culpados, mas a realidade é que o próprio ser humano, ou até causas naturais, são responsáveis por essas tragédias.
A pergunta que fica é: por que não investir na prevenção? Com o avanço da tecnologia, é possível criar soluções preventivas com baixo custo e pessoal capacitado. Nossa equipe conversou com profissionais de programação, robótica e especialistas em Arduino, que desenvolveram um protótipo usando uma placa solar, um alternador de energia e sensores de fumaça e chamas. O custo final do aparelho ficou entre R$ 75,00 e R$ 112,00, excluindo o valor dos postes para fixação.
Esses hardwares poderiam ser conectados a um sistema web open source, monitorando a temperatura e permitindo uma resposta rápida às ameaças. Uma solução barata que poderia prevenir desastres ao invés de esperar pela destruição e, posteriormente, gastar milhões em verbas emergenciais.
Apesar de R$ 137 milhões terem sido liberados pelo Governo Federal, esse dinheiro não restaurará o bioma destruído nem trará de volta os mais de 17 milhões de animais perdidos. Precisamos mudar nossa consciência, buscar a transformação mental e evoluir como seres humanos, pois todos perdem com essas tragédias. Atualmente, além de todos esses fatos, Corumbá-MS enfrenta um aumento nos casos de síndrome respiratória devido às queimadas ilegais nas áreas rurais e urbanas.
Para aquelas pessoas expostas a locais com clima ou fumaça intensa, é essencial manter a umidade adequada, hidratar-se e cuidar da alimentação para minimizar complicações respiratórias. Manter o corpo e a mente saudáveis é crucial para enfrentar esses períodos difíceis.
Os Bombeiros Militares, junto com a equipe do PREV Fogo, estão de prontidão, muitas vezes abdicando de seus horários de folga para ajudar a conter os incêndios.
Investir em tecnologia acessível para prevenção de queimadas é fundamental para proteger o bioma Pantanal e evitar desastres ambientais de grandes proporções. A conscientização e a ação conjunta são essenciais para preservar nossa natureza e garantir um futuro sustentável para todas as espécies, inclusive e especialmente a humana que tem sofrido bastante com os casos.